A partir do final do século XIX, começo do século XX, qualquer material
pode ser usado em uma obra de Arte, assim, abrem-se os caminhos para a
ASSEMBLAGEM, que passa a retratar histórias de vida, críticas (sociais,
políticas, pessoais).
BISPO DO ROSÁRIO - um artista genuinamente brasileiro, o
mestre da assemblagem:
Arthur Bispo do Rosário (Japaratuba, Sergipe, 20 de janeiro de 1909 – Rio de Janeiro, RJ, 5 de julho de 1989).
Foi considerado louco por muita gente e gênio por outros tantos, a sua figura insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil..
É descendente de escravos africanos, foi marinheiro na juventude, vindo a tornar-se empregado de uma tradicional família carioca..
Em dezembro de 1938 começou com alucinações, depois anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar os vivos e os mortos. Dois dias depois foi detido e fichado pela polícia como negro, sem documentos e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro II (da Praia Vermelha).
Um mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de esquizofrenia-paranóica onde permaneceu 50 anos.
Em um dado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos tipos de materiais retirados do lixo ou de sucatas, que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista e comparados à obra de Marcel Duchamp.
Entre os temas, destacam-se navios (tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, faixas de mísses e objetos domésticos. A sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que ele deveria vestir no dia do Juízo Final. Com eles, Bispo pretendia marcar a passagem de Deus na Terra.
Os objetos recolhidos dos restos da sociedade de consumo foram reutilizados como forma de registrar o cotidiano dos indivíduos, preparados com preocupações estéticas, onde se percebem características dos conceitos das vanguardas artísticas e das produções elaboradas a partir de 1960.
Utilizava a palavra como elemento pulsante. Ao recorrer a essa linguagem manipula signos e brinca com a construção de discursos, fragmenta a comunicação em códigos privados.
Inserido em um contexto excludente, Bispo driblava as instituições todo tempo: a instituição manicomial se recusando a receber tratamentos médicos e dela retirando subsídios para elaborar sua obra; os Museus, quando sendo marginalizado e excluído é consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bispo_do_Ros%C3%A1rio)
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